terça-feira, 30 de junho de 2020

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE CONSELHEIRO MATA

Em janeiro de 1914, a primeira locomotiva chegava ao município de Diamantina, os munícipes se reuniram às 15 horas para prestigiar a aproximação do trem, inclusive com a presença de Juscelino Kubitschek, à época com 12 anos.
Diamantina, que nasceu da exploração da mineração do ouro e do diamante, fazia sua exportação dos minérios através dos tropeiros, que juntamente com sua tropa de 30 a 50 burros, eram obrigados a passar dias viajando até chegar ao litoral fluminense. Já no Rio de Janeiro, eles faziam as trocas dessas pedras por azeite, bacalhau, trigo, manufaturas, ferragens, armas e pólvora. Com isso, Diamantina passa a ser um grande pólo econômico da região. No século XIX, a cidade começou a prestar serviço para todos os outros pequenos municípios.
Com o aumento da movimentação econômica, era inviável a cidade continuar fazendo as suas exportações apenas com os tropeiros, então nas primeiras décadas do século XX, a Estrada de Ferro da Central do Brasil, ganhou mais um ramal, que saía de Curralinho, fazendo uma parada em Conselheiro Mata e finalizando o trajeto em Diamantina, facilitando assim o acesso às principais capitais brasileiras. No dia 03 de maio de 1913 era inaugurada a estação de Diamantina, mas apenas no ano seguinte a primeira locomotiva passaria por trilhos diamantinenses.
A Estrela Polar, jornal local, em sua edição de 19 de abril de 1914, publica o convite à população:
“E convidado o povo do município desta cidade para assistir a inauguração da Estrada de Ferro Curralinho a Diamantina, acto que será feito pelo Exm. Sr. Presidente do Estado, no dia 3 de maio próximo, ás 13 horas; (1 hora da tarde), no Largo D. João.” (A ESTRELA POLAR, ano 1914)
(estação de Riacho das Varas, sem data. Autor desconhecido)
A Estação de Riacho das Varas, como inicialmente era chamada a Estação de Conselheiro Mata, era uma das paradas de descanso durante a viagem. O trem ficava na estação por volta de uma hora e meia, para que os passageiros pudessem lanchar e descansar da cansativa e longa viagem.
Na ausência de documentos escritos, a história oral, prova o reconhecimento e a importância dessa estação de passa. Segundo Antônio Pinto de Carvalho, morador do distrito de Conselheiro Mata, que presenciou desde menino a locomotiva chegar, afirmava, “não havia lazer na cidade e a diversão era ver o trem chegando e partindo... era uma festa!”.
A estação trouxe também vários avanços para Conselheiro Mata, se antes o ponto de exportação era no Rio de Janeiro, a partir da estação, a exportação se dava pelo Espírito Santo, chegando ao Porto de Vitória.
Na década de 1970, a movimentação diminuiu, então quando o último funcionário aposentou-se, na década de 1980, a estação foi fechada. O prefeito de Diamantina à época criou um projeto de odontologia para os distritos, que beneficiou o distrito de Conselheiro ao ocupar o prédio com um consultório. Desde 1990 teve fim o projeto e a estação encontra-se em uso.
Em março de 2005, o prédio da Estação foi tombado pelo município de Diamantina através do Decreto nº 029 de 01 de março, tendo em vista seu valor artístico, cultural e
histórico e importante papel no desenvolvimento da região durante seus anos de funcionamento até a erradicação da rede férrea do Ramal de Diamantina.
A Lei 11.483, de 31 de maio de 2007, atribuiu ao Iphan a responsabilidade por preservar e difundir a Memória Ferroviária, desde então, a Estação de Conselheiro Mata conta com o reconhecimento do IPHAN como bem cultural detentor de valor da Memória Ferroviária brasileira sendo reconhecido como patrimônio cultural ferroviário. Em 2007, foi assinado um termo entre a Prefeitura Municipal de Diamantina, Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN e a Secretaria de Patrimônio da União - SPU, no intuito de preservar a Estação de Conselheiro Mata.
Em 2016, a Prefeitura Municipal de Diamantina contratou a empresa Ângulo, através do processo licitatório nº 241/2015, concorrência nº 015/2015 para a elaboração dos projetos de restauração do prédio. A próxima etapa é a licitação das obras para início dasintervenções de restauração e adaptação para abrigar um novo uso como equipamento comunitário garantido sua conservação e usufruto da comunidade. 
(Estação de Conselheiro Mata, data: 11-07-2019. Autor: ZéLeo)

SAPO SECO É BOM, BOM, BOM, BOM, BOM! RECORDAR É BOM, BOM, BOM DEMAIS!


Neste mês de junho vamos relembrar momentos e algumas figuras que marcaram a história desta Banda Fogosa e centenária que faz parte da memória e da tradição de Diamantina.

Edivaldo da Paixão Orlando, folião apaixonado pela Banda do Sapo Seco, transformou sua casa em ponto de concentração para a saída do desfile da Banda a mais de 10 anos. Faleceu em março de 2020, deixando um legado de alegria, amizades e honradez.

Nossa homenagem e agradecimento!!!

Relatos de sua trajetória como folião da Banda do Seco em trechos da entrevista a Márcia Dayrell França Botelho em outubro de 2019.

“O que eu lembro mais é essas coisas que Paulo Soim fazia. Teve uma época que aqui em Diamantina quando a eletricidade era pela Hulha Branca não podia trovejar que a luz ia embora. Então teve um ano que ele saiu com uma porção de postezinhos, com fios e fazia aquele barulho de relâmpago e a luz apagava. Sempre tinha crítica de alguma coisa. Teve uma época que eu lembro que uma pessoa lá no Guinda achou uma pepita de ouro enorme arrancando uma coisa lá e foi uma corrida para ver se achava mais ouro e teve um ano que fez os garimpeiros do Guinda, todo mundo sujo, aquela coisa, como se estivesse achando pepita de ouro”.
“Deve ter uns vinte e poucos anos que comecei a sair na banda. E sempre tinha dificuldade de achar um ponto para sair mais perto do centro e em um pré-carnaval no curralinho, Douglas estava lá e era o presidente da banda eu ofereci a ele sair daqui de casa e a Elvira deixou também e já tem mais de dez anos que saem daqui de casa. Trazem tudo para cá na véspera, as máscaras, as fantasias e contratam pessoas para vender o ingresso aqui na porta, a banda fica aqui tocando, a gente faz carnes, bebe a batida.”
Publicação de trechos da entrevista que se encontram no dossiê de registro da Banda Fogosa do Sapo Seco.





sexta-feira, 26 de junho de 2020


SAPO SECO É BOM, BOM, BOM, BOM, BOM!
RECORDAR É BOM, BOM, BOM DEMAIS!

Neste mês de junho vamos relembrar momentos e figuras que marcaram a história desta Banda Fogosa e centenária que faz parte da memória e da tradição de Diamantina.

Nossa homenagem ao Sr. Luiz Eloi Durães, conhecido por Luiz Poranga, folião quase centenário, que completou 94 anos no último dia três de junho.
Relatou emocionado, e com uma memória de dar inveja a muitos jovens, momentos de sua trajetória como folião da Banda do Seco em entrevista a Márcia Dayrell França Botelho em fevereiro de 2019.
 “A Banda do Sapo Seco era o xodó do carnaval de Diamantina e eu adorava fazer parte, ajudar em muita coisa para o negócio funcionar”.
Eu mesmo fazia minhas fantasias. Eu era alfaiate. Então eu fazia as minhas e fazia muita roupa para outros apresentar.”
Paulo Soim andava essa cidade toda de perna de pau. Mas a perna de pau dele ninguém via, fazia a roupa adequada, fazia aquelas calças compridonas. Ele ia na cidade todo. Ele ia nas casas era pela janela (risos). Ele era de uma habilidade que eu ficava impressionado. Porque andar nessa cidade de calçamento ruim de pernas de pau e todo fantasiado não é fácil e ele andava o dia inteirinho”.

Publicação de trechos da entrevista que se encontram no dossiê de registro da Banda Fogosa do Sapo Seco.
Partes do depoimento em vídeo -
 Edição: Mateus Marques

Depoimento sobre a foto. ( Foto do acervo da Banda Fogosa do Sapo Seco).

 “Quem estava regendo a banda nossa também fantasiado estava na sacada do clube Acaiaca. Quando ele apontou para mim ele estava regendo a música da meia noite. Ai quando ele apontou para mim eu enfiei a mão no jaleco que eu tinha feito de saco de estopa e peguei o despertador e despertou e foi um delírio na praça. Esse do meu lado é o Expedito”.


quarta-feira, 24 de junho de 2020

DIAMANTINA CONQUISTA 3ª POSIÇÃO ENTRE MUNICÍPIOS MINEIROS QUE INVESTEM NO PATRIMÔNIO CULTURAL .

O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) divulgou nesta segunda-feira (22/06), a tabela com a pontuação provisória do ICMS Patrimônio Cultural referente ao exercício 2021.

As políticas públicas e os investimentos realizados pela Prefeitura Municipal de Diamantina ao longo do ano de 2019 conquistaram para o município a 3ª posição entre os 814 municípios mineiros que investem no Patrimônio Cultural.

Fruto trabalho permanente da Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio, a conquista garantirá mais recursos financeiros do Governo do Estado de Minas Gerais para investimentos no Patrimônio Cultural de Diamantina ao longo do ano de 2021.

Divulgação:
Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio
PREFEITURA MUNICIPAL DE DIAMANTINA



BANDA FOGOSA DO SAPO SECO PATRIMÔNIO IMATERIAL DE DIAMANTINA


A Banda Fogosa do Sapo Seco foi reconhecida legalmente como patrimônio imaterial do município de Diamantina, após aprovação do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio e Políticas Culturais de Diamantina e pelo Decreto nº 097 de 19 de fevereiro de 2020, por ser importante referência cultural, ao levar em consideração sua tradição e importância dedicada pela população diamantinense.
O Dossiê de Registro da Banda foi enviado ao Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico- IEPHA, em 2019 e aprovado pelo órgão, sem ressalvas em 2020.
Em consonância com o estatuto da Banda do Sapo Seco, ela foi fundada pelos amigos e membros da família de Elias Sapo Seco e saiu as ruas pela primeira vez em 1923. 
Desde o seu surgimento seus integrantes trajavam alegorias artesanalmente elaboradas e máscaras artisticamente confeccionadas. Representava a resistência em continuar ocupando as ruas e trazia para a esfera pública outras visões de mundo que eram representadas nas diferentes brincadeiras, alegorias, fantasias e máscaras. A partir dos simbolismos trazidos pela caracterização dos foliões, eram também apresentadas críticas ao cenário político, a problemas urbanos, dentre outros. Em alguns casos, as mensagens carnavalescas eram ora implícitas, ora declaradas, diretas ou indiretas, mas, na maioria das vezes, possuíam caráter satírico e humorístico.
A banda do Sapo Seco, com o passar do tempo, tornou-se uma forte tradição no município até os dias atuais, atraindo a participação dos moradores e de pessoas que vem de longe para assistir e participar desta expressão cultural. A banda se apresenta tradicionalmente e anualmente durante o carnaval, nos domingos e terças-feiras. A irreverência e a alegria contagiam foliões, moradores, visitantes de todas as faixas etárias.
Em 2020, a banda recebeu o certificado de Bem Cultural e o reproduziu durante o desfile carnavalesco, demonstrando toda sua alegria pelo reconhecimento.
Para conhecer mais sobre a história da banda procure a Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio/Diretoria de Patrimônio Cultural, na Praça Antonio Eulalio nº 56, Centro,  ou enviar email para patculturalpmd@gmail.com e solicitar cópia do Dossiê de Registro do bem. Se tiver informações, fotos, histórias e estórias sobre este patrimônio, faça contato através deste mesmo email ou pelo telefone 38 35319537, de 7:00 ás 13:00.





ASCOM- Seguranças e Músicos


ASCOM- carro alegórico com reprodução do certificado


Desfile de 2020- Abertura


Entrega do Certificado pelo Prefeito Juscelino Brasiliano Roque


Fantasia em Chita e Máscara


Tradicionais máscaras carnavalescas

segunda-feira, 8 de junho de 2020

PARTICIPE DAS AÇÕES DO PLANO DE SALVAGUARDA DA GUARDA ROMANA DE DIAMANTINA



A Guarda Romana de Diamantina, devido a toda a importância histórica e cultural que lhe é conferida, é registrada como patrimônio imaterial do município desde 2014. A partir de então, executa-se anualmente o seu Plano de Salvaguarda, que objetiva a sua continuidade e busca melhorar as condições sociais e materiais de sua transmissão e reprodução para possibilitar sua existência. A avaliação do mencionado Plano e suas ações são realizadas anualmente entre a SECTUR/Patrimônio e a coordenação da Guarda Romana.

Dentre as ações, uma é o Baú de Memórias, que permite aos moradores de Diamantina, que tenham memórias (fotografias, vídeos, causos, historias e estórias) compartilhar suas informações e saberes sobre a Guarda com a SECTUR, que as incluirá no relatório escrito elaborado anualmente sobre o bem.

Outra ação é o cadastro cultural dos participantes da Guarda Romana. Os homens que compõem a guarda, que ainda não preencheram o cadastro, podem fazê-lo no site http://vivadiamantina.com.br/cadastro-cultural/, na categoria: agente cultural. Caso não tenha acesso a internet, ou tenha interesse em fazê-lo presencialmente ou por telefone, pode procurar a Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio, na Praça Antônio Eulalio, nº 53, Centro ou através do telefone: 38 3531 9537, no horário de 7:00 as 17:00h.  

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quarta-feira, 3 de junho de 2020

MOSTRA DE BANDEIRAS DO DIVINO ESPIRITO SANTO



A Festa do Divino Espirito Santo é bem imaterial, reconhecido em 2014 por meio do “registro”, instrumento utilizado no país pelas políticas de preservação do patrimônio cultural para a preservação de bens imateriais. Ações do Plano de Salvaguarda são desenvolvidas no intuito de recriação anual do bem.
Desde 2017, como ação deste Plano de Salvaguarda, durante o período de Pentecostes, foram realizadas exposições com peças, indumentárias, ornamentos de festas passadas, com o objetivo de difusão do bem para toda a comunidade.

Neste ano, devido a pandemia do coronavirus –COVID19, a Diretoria de Patrimônio Cultural e a Comissão da Festa do Divino Espirito Santo de Diamantina organizaram uma mostra com bandeiras de ex-imperadores que ficaram expostas no coro da Catedral Metropolitana durante o período de realização das novenas ( transmitidas via facebook)  de 22 a 30 de maio.  

 

As bandeiras expostas foram gentilmente cedidas pelos ex imperadores e ou seus familiares.

1942- Antônio Moreira Fernandes

1949 - Vitor Ramos Couto

1961 e 1971 Sebastião Mourão dos Santos

1973 - Jair Faria  

1975 – Leandro Gomes da Costa

1978 - Donaldo Rosa Pires

1980 - Jose Paulo Rosendo da Silva

1989 Francisco Salvador da Silva

1993- Osvaldo Rodrigues de Barros

2000 / 2001 - Eustáquio Fernandes

2004 - Antônio Moreira Fernandes Neto

2015 - Santiago Bruno Parisi