terça-feira, 21 de janeiro de 2020

DIAMANTINA REALIZA O II ENCONTRO de FOLIAS e PASTORINHAS DO MUNICÍPIO

No dia 12 de janeiro (domingo) do ano de 2020, o centro histórico de Diamantina amanheceu colorido e animado, aconteceu na Praça Barão de Guaicuí - Praça do Mercado Velho, o II Encontro de Folias e Pastorinhas de Diamantina. Um evento realizado pela Prefeitura Municipal, em que reuniu 20 grupos de folias e pastorinhas num total de 420 integrantes do evento. A maioria dos grupos pertencem aos distritos e povoados que contaram com o suporte de transporte, lanche e almoço, além de toda a logística de recepção e animação do encontro. O evento faz parte do Projeto VIVA SANTOS REIS – CORTEJOS DE FÉ, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Patrimônio, no qual entre seus objetivos prevê revitalizar os grupos desativados,  salvaguardar os saberes e fazeres dos atuais, valorizando suas práticas e colaborando para a transmissão dessa tradição que está presente em Diamantina há mais de um século.

As Folias de Minas Gerais foram registradas como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais, no dia 06 de janeiro de 2017 pelo Conselho Estadual de Patrimônio de Minas Gerais(Conep). Foi neste sentido, que a Prefeitura de Diamantina, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Patrimônio, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural e Políticas Culturais de Diamantina, e ainda com o apoio da Mitra Arquidiocesana de Diamantina conceberam o encontro. Este, em sua segunda edição já se constitui como um marco referente para os grupos locais, e para o município se destaca como uma via de integração de suas ações alinhadas à política estadual do IEPHA.

 O evento foi realizado durante todo o domingo com início às 08 horas da manhã finalizando às 17 horas. Contou com a presença de autoridades locais, Prefeito, secretários municipais, vereadores, Arcebispo de Diamantina, a Diretora de Promoção do IEPHA de MG e um grande número de diamantinenses e turistas que puderam conhecer e vivenciar mais sobre esta manifestação tornada Patrimônio Imaterial.

De acordo com a programação, no primeiro momento do encontro os grupos entraram com suas bandeiras e entoaram seus cânticos. Durante o almoço coletivo foi lançado do documentário “Folias

de Minas” produzido pelo IEPHA. Após o almoço todos saíram em cortejo se dirigindo à Catedral Metropolitana de Diamantina, momento em que receberam a benção do padre. Depois todos os grupos cantaram no presépio para o Menino Jesus (tradição das folias e pastorinhas) e após os cânticos de presépio retornaram novamente em cortejo até o Mercado Velho onde o encontro deu continuidade.
Houve uma grande interação entre os grupos juntos aos músicos convidados Wilson Dias, Saldanha Rolim, Gustavo Guimarães e o poeta Gonzaga Medeiros, que incentivaram os foliões a cantarem e tocarem todos juntos. Como surpresa do encontro foi organizado para que alguns sanfoneiros tocassem juntos no palco do encontro. Após estas atividades os grupos foram presenteados com um material que contém o histórico dos grupos de folias e pastorinhas e o Certificado de Patrimônio Imaterial emitido pelo Instituto Estatual Histórico do Patrimônio Artístico de Minas Gerais - IEPHA. Além disso, cada grupo recebeu também a “caixa-livro” lançada pela SECTUR. Na caixa constam páginas que contam a história de cada folia do município e também sobre alguns aspectos gerais das folias.

Foi um dia de descontração e interação entre os grupos, fortalecendo assim esta tradição para que não se perca com o tempo. Durante o ano de 2020 a Diretoria de Patrimônio irá realizar ações de salvaguarda das folias e pastorinhas entre elas destaca-se o III Fórum de Diálogo e Escuta com os grupos, Oficina de Construção de Caixas de Alfaia (tambor artesanal) e ações de Educação Patrimonial nas escolas dos distritos e povoados em que os grupos de folias e pastorinhas se encontram mais fragilizados por razão da idade avançada dos foliões.

Diamantina, Nosso Maior Patrimônio é Você!!
#patrimoniodiamantina #patrimonioimaterial #folias #culturatradicaoefe







                                               (crédito fotos: Ultra Comunicação)


segunda-feira, 6 de janeiro de 2020







































Em continuidade às ações para as comemorações dos 20 anos de Diamantina como Patrimônio Mundial, a Prefeitura Municipal de Diamantina e a Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Patrimônio, através de sua Diretoria de Patrimônio, entregaram nesta quinta-feira, 19 de dezembro de 2019 os “Presentes do Patrimônio” aos grupos culturais de Diamantina.
As manifestações representadas a partir das culturas fortalecem e dão importância à relação das pessoas com suas heranças culturais. Dessa forma, as discussões em torno do termo cultura assumem a função de olhar a diversidade cultural e social, o que abre espaço para discussão e valorização em torno dos saberes que estão para além das diferentes manifestações culturais.
Para que esses saberes possam adentrar às políticas públicas, é necessário fortalecer e compreender as contribuições desses grupos sociais, neste caso, os que compõem a Marujada, Caboclinhos, Guarda Romana, Folias de Reis, no sentido de destacar sua importância no universo cultural da criação humana e, por sua vez em Diamantina.
As peças e adereços entregues para os grupos culturais foram todos adquiridos com recursos do Fundo Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural, autorizados e posteriormente aprovados pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural e Políticas Culturais de Diamantina.
Foram entregues:
 - Ao Centurião da Guarda Romana de Diamantina, Sr. Otávio de Jesus Ferreira 14 novos capacetes, confeccionados por empresa local.
Particularmente ligada as celebrações da Semana Santa em Diamantina está a Guarda Romana inserida no vasto patrimônio cultural diamantinense, inscrita no Livro das Celebrações (no qual são inscritos rituais e festas que marcam a vivencia coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social), devido a toda importância que lhe e conferida dentro da celebração.
Desde seu registro como patrimônio do município, passou-se a subsistir a obrigação pública de documentar, acompanhar, investir e apoiar a sua recriação, como forma de manter viva sua tradição e sua história.
A confecção de novos capacetes é uma ação do Plano de Salvaguarda da Guarda Romana que possibilitará a inclusão de novos elementos ao grupo.
- Ao Mestre da Marujada Nossa Senhora Rainha da Paz, senhor Geraldo Domingos Cruz vinte e cinco indumentárias completas para cada elemento da Marujada.
Foi relatado pelo Sr. Geraldo Domingos Cruz, que o Grupo foi criado em 05 de agosto de 2005, originado do Grupo de Folia de Reis, do qual ele participava. O grupo surgiu numa conversa antes do ensaio da Folia de Reis Cristo Rei da Paz, na sala onde a banda de música de Diamantina ensaiava no bairro Rio Grande. Nesta ocasião, Seu Nonô, Jose Raimundo Almeida, participante da folia, perguntou porque não havia Marujada em Diamantina. Seu Nonô era Mestre da Marujada de São Gonçalo do Rio Preto e estava residindo em Diamantina e relatou que havia tentado formar um grupo em Diamantina e não conseguiu, pois, não tinha apoio e não conseguia controlar o grupo. O Sr. Geraldo Domingos, nesta feita, propôs o apoio para criação de uma Marujada e o grupo surgiu, tendo à frente, como Mestre o Sr. Geraldo Domingos e como Contramestre o Sr. Antônio Eusébio.
As indumentárias que estão sendo entregues aos participantes foram confeccionadas por costureira local e financiadas com recursos do fundo municipal de preservação do patrimônio cultural. As indumentárias são compostas de calça comprida, camisa, saia, jabour e quepe.

- Ao Mestre Carlos Rubens dos Reis foram entregues 20 indumentárias confeccionadas para os Caboclinhos de Diamantina.
Desde 2017, a Diretoria de Patrimônio iniciou contato com Carlos Rubens, ex integrante do grupo de caboclinhos de Diamantina, filho do mestre Jose Rubens dos Reis, já falecido, no intuito de fomentar o resgate do grupo.
Segundo Carlos Rubens a última apresentação dos caboclos de Diamantina deu-se na década de 80, quando seu pai Jose Rubens era o mestre. Desde então, Carlos atribui que a idade avançada de seu pai, mudança de religião e de cidade de alguns membros levaram ao fim da manifestação.
Várias ações ocorreram para fomentar o resgate da manifestação e hoje o grupo recebe as indumentárias, confeccionadas por costureiras locais Soares.
Cada indumentária é composta de uma saia de plumas, um cocar, dois adereços de braço e dois de perna com penas de pato e galinha, um short, uma camiseta de malha, sandália, e três colares.

As Folias de Reis são registradas como patrimônio imaterial do Estado de Minas Gerais. Em Diamantina, desde 2017 é realizado o projeto Viva Santos Reis – Cortejos de Fé.  
No contexto deste projeto foram entregues indumentárias e insumos para alguns dos grupos que participam do projeto.
- O Senhor Vidal Alves, mestre folião da Folia de Reis Unidos do Vale recebeu 30 camisetas de malha.
A Folia de Reis Unidos do Vale, presidida por Vidal Alves herdou a bandeira do mestre folião Sr. Porfírio Ferreira que faleceu em 2001. A folia do Sr. Porfírio remonta tempos antigos do povoado de Guarda-Mor, região de garimpo nas proximidades de São João da Chapada.  A bandeira desse grupo tem mais de 100 anos e esta tradição é mantida por seus novos integrantes que tem como principal base de ação, o Bairro Cidade Nova. Atua No giro de Reis de dezembro de 2018 a janeiro de 2019 o grupo visitou mais de 50 casas na cidade de Diamantina.
- O Senhor Moacir da Conceição Alcântara, mestre durante o giro da Folia de Reis de Maria Nunes do Povoado de Maria Nunes recebeu 28 camisetas de malha.
Sr. Moacir da Conceição Alcântara é o responsável pelo grupo há 08 anos e mestre durante o giro. De acordo com ele a comunidade tinha um grupo de folia, mas com o tempo foi extinto, ele reergueu o grupo;

- A Senhora Sandra Eugênia Guedes Duarte, mestre da Folia de Reis da Vila Operária para receber uma Sanfona de 8 baixos de tecla.
O grupo foi fundado em 2004 pela senhora Sandra Eugênia Guedes Duarte, no qual assume o papel de mestre do grupo comandando ao som de sua viola. A Folia de Reis da Vila Operária é o único grupo de Diamantina que tem em sua formação somente mulheres “As Foliassas”, dividido em 02 vozes e uma repentista. A bandeira tem a imagem da sagrada Família e foi confeccionado pelo artista plástico Marcelo Brant.
- O Senhor Ademir Aparecido Medeiros, do Grupo de Folia de Reis de Sopa do Distrito de Sopa para recebeu 1 caixa de Alfaia também confeccionada em Diamantina.
A Folia de Reis do distrito de Sopa, começou há mais de 100 anos sob a coordenação do senhor Lázaro e se estendeu até o ano de 2012, quando foi interrompida. O senhor Expedito conta que entrou como integrante na folia desde os quatorze anos, acompanhando o grupo com cavaquinho e violão. Faziam as visitas às casas e os moradores serviam deliciosos lanches, vinhos, caldos e muito mais. Era costume as pessoas acompanhar a folia pelas ruas. Segundo o senhor Expedito a folia de reis é uma das culturas e tradições que deve ser mantida em todas as comunidades.


Extrato de Aditamento do Chamamento Público nº 007/2019