quinta-feira, 27 de junho de 2019

CABOCLINHOS DE DIAMANTINA RETOMARÃO SUAS ATIVIDADES


No mês de junho iniciou-se encontros com grupo um de jovens e adultos de bairros de Diamantina na Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Patrimônio. Os encontros tratam-se da recriação do Caboclos de Diamantina, grupo este tradicional em nossa cidade integrante das Festas Católicas de Diamantina, entre elas a Festa do Divino Espírito Santo – Bem Cultural Imaterial registrado pelo município e a Festa de Nossa Senhora do Rosário.

O congado é uma manifestação cultural e religiosa de influência africana celebrada em algumas regiões do Brasil, principalmente no estado de Minas Gerais, que se caracterizada pela diversidade de ritmos, danças, instrumentos musicais e roupas, em nossa região os grupos de congado tradicionais são a Marujada, Catopés e Caboclos, que saem nas festas religiosas em especial na Festa de Nossa Senhora do Rosário.

De acordo com o Sr. Carlos Rubens atual mestre dos Caboclos, filho e Neto de ex mestres, a última que os Caboclos saíram em Diamantina foi na década de 80, entre as razões do grupo ter parado com suas apresentações então o falecimento de seu pai Sr. José Rubens (último mestre), alguns dos caboclos daquela época terem mudado de religião e idade avançada de outros impedindo que assumissem a responsabilidade do grupo.

Carlos Rubens por ter vivenciado diretamente em sua infância esta manifestação cultural de Diamantina, tinha o sonho de voltar com as apresentações do caboclos nas festas religiosas de Diamantina, tendo apoio e participação de filhos e netos ele está aos poucos encontros com jovens e adultos, repassando as canções e danças que ele aprendeu ainda quando criança e que ficaram gravadas em sua memória.

Para que este trabalho se fortaleça, a SECTUR encontrou com os futuros caboclos de Diamantina, para um breve diálogo em que a secretária de Cultura Márcia Betânia falou sobre herança hereditária do congado no Brasil em especial a nossa região, dando oportunidade a todos os presentes para falar sobre o conhecimento ou se já viram apresentações de grupos de congado.

O simples fato de abrir-se ao diálogo já trouxe como resultado um ânimo aos futuros Caboclos que em maioria são jovens e nunca presenciaram este tipo de manifestação. Através deste encontro depois de diálogos ficou estabelecido além da continuação dos
ensaios também serão realizados ações de educação patrimonial através do Programa Municipal de Educação Patrimonial “De Olho no Patrimônio” através de palestras, intercâmbios e oficinas.

Diamantina, 20 ano de Patrimônio Cultural da Humanidade! Estamos De Olho em Nosso Patrimônio!





sexta-feira, 7 de junho de 2019

ALUNOS DA ESCOLA ESTADUAL MATTA MACHADO PARTICIPAM DE AÇÃO DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL SOBRE A FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DIAMANTINA!


Mais de dois séculos de História! A Festa do divino Espírito Santo em Diamantina, destaca-se por sua relevância religiosa, histórica e cultural e neste ano estudantes da Escola Estadual Matta Machado participaram das atividades educativas realizadas pelo Programa Municipal Pedagógico De Educação Patrimonial “De olho no Patrimônio” que através de ações didáticas realizou um descontraído bate papo com a participação de Geralda Parisi, uma das integrantes da Comissão de Salvaguarda da Festa do Divino (ex festeira), ao todo participaram 98 alunos das turmas do quarto ano do ensino fundamental. Os estudantes realizaram também, visita técnica guiada à exposição sobre a Festa do Divino no Museu do Diamante, sob a  orientação dos professores municipais de educação patrimonial do Programa (PEP): Claudete Rocha, Cleuber Rocha e Kesley Maya. Essas ações oportunizaram reflexão e conhecimento, enfatizando as características que a Festa do Divino Espírito Santo reúne nas diversas formas de expressões e distintos saberes, a musicalidade, ofícios reconhecidos na costura, nos bordados e adereços, além do tradicional Bolo de Arroz. Foi enfatizado todo o valor afetivo que esse Bem Imaterial representa para a história do povo diamantinense. É a Secretaria Municipal de Cultura Turismo e Patrimônio numa Parceria com Secretaria Municipal de Educação estreitando os laços entre o Passado, presente e futuro através do Programa Municipal Pedagógico “De Olho no Patrimônio”.
Estamos de Olho em Nosso Patrimônio!!
(texto: Claudete Rocha, Cleuber Rocha)










quinta-feira, 6 de junho de 2019

PLANO DE SALVAGUARDA EM AÇÃO FESTA DO DIVINO ESPIRITO SANTO DE DIAMANTINA


A Festa do Divino Espírito Santo é bem imaterial, reconhecido por meio do “registro”, instrumento este, utilizado no país pelas políticas de preservação do patrimônio cultural à preservação de bens imateriais, tais como, as formas de expressão, celebrações e os modos de criar, fazer e viver, conforme artigo constitucional de 1988 e lei municipal que regulamenta a política municipal. Exatamente por ser importante referência cultural dos diamantinenses, é que esta celebração foi tornada patrimônio imaterial do município.
As diretrizes e medidas para valorização do patrimônio são postas no Plano de Salvaguarda e executadas, anualmente, pela Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio em parceria com os detentores do bem, neste caso, com ex-festeiros, paróquia de Santo Antônio e comunidade diamantinense, nas ações de logística, gestão e financiamento.
Este complexo patrimônio cultural reúne diversas formas de expressão e distintos saberes, dentre eles a musicalidade, na tradicional música do divino, identificada pela comunidade como a Folia do Divino. Tal expressão musical é recriada anualmente durante a celebração pelas bandas locais, Banda do 3º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, Banda Euterpe Diamantinense e Banda Mirim Prefeito Antônio de Carvalho Cruz e, curiosamente em reuniões de discussão sobre o plano de salvaguarda da festa foi levantada a questão da ausência da sua partitura.
 A melodia é descrita  por Soter Couto [1]como “composição original, sem compasso, introduzida no Tijuco desde a época colonial”. Executada pelas bandas locais, foi sendo passada de geração em geração de músicos, através de ouvido.
Neste sentido, articular a montagem da grade de partitura da Folia do Divino, como exposto, foi uma diretriz do Plano de Salvaguarda proposta para o ano de 2019, com o objetivo de garantir a identidade e memória da melodia. 
A metodologia para elaboração da mencionada partitura foi organizada pelo músico e professor Patrick de Aguilar[2]. A Folia do Divino, segundo este, era ensaiada de músico para músico da forma: ouvir e tocar, sem nenhum registro de partitura. Desse modo, no intuito de registrar a memória deste hino foi feita uma gravação da centenária Banda de Música do 3º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, executando a Folia, e a grade foi criada a partir desta base; possui os naipes tradicionais de uma banda de música madeiras, metais e percussão.
Assim, no âmbito da política de preservação do patrimônio cultural a Prefeitura de Diamantina entregou a comunidade diamantinense a grade de partitura da Folia do Divino considerando esta uma ferramenta de suma importância para o auxílio na formação musical de músicos, e garantir fidelidade e exatidão na execução da música, que com o passar dos anos se transformou no Hino da Festa do Divino. O livreto foi entregue a maestros de bandas locais, grupos de serestas e Conservatório Estadual de Música durante a abertura da exposição do Divino Espírito Santo, no último dia 21 de maio.



[1] COUTO, Soter. Vultos e fatos de Diamantina. Imprensa Oficial: Belo Horizonte, 1954, p 128.

[2] Patrick Ricardo de Aguilar, músico e professor do Conservatório Estadual de Música Lobo de Mesquita, e maestro e professor da Banda Mirim Prefeito Antônio de Carvalho Cruz.