Neste
mês de junho vamos relembrar momentos e algumas figuras que marcaram a história
desta Banda Fogosa e centenária que faz parte da memória e da tradição de
Diamantina.
Paulo Clementino da
Silva conhecido
como Paulo Soim, integrante da banda desde a década de 1930
aproximadamente, era um artista formidável da cidade de Diamantina. Em relatos
orais colhidos, todos os entrevistados relembram de suas peripécias com muita
admiração.
Conforme
a oralidade, ele foi uma peça fundamental para a Banda do Sapo Seco assim como Carlos Adriano Botelho Neves, conhecido
como Ratin, que desde 1993 participa
dos desfiles no domingo e na terça de carnaval fantasiado de personalidades importantes
e de figuras caricatas de Diamantina. Tornou-se um dos personagens mais
esperados da banda.
Carlos Homero, integrante e
ex-presidente da Banda do Sapo Seco relata que:
O Ratin é inovador! Eu chamo ele de Paulo Soim
Mirim. Ele inovou a banda com fantasias diferentes, criou muita coisa na banda.
Cada ano ele homenageia uma personalidade de Diamantina.
Em
seu depoimento, questionado sobre as fantasias Ratin relata a Márcia Dayrell
França Botelho, em fevereiro de 2019:
“Todas
deram trabalho, mas a que mais ficou complicado foi a fantasia de JK em 2006.
Eu já havia conversado com o dono do carro que é o Neném, para ver se ele
animava sair na Banda com o carro e eu de Juscelino, no ano de 2002, que eram
os cem anos de JK. Quando foi em janeiro de 2006 ele me ligou e perguntou se eu
estava animado, que ele iria passar o carnaval aqui e se eu queria sair de JK.
Na mesma hora falei: Vamos! 2006 era os cinquenta anos da posse de Juscelino.
Ele já estava com algumas coisas prontas no carro. As bandeirinhas do Brasil e
a placa estava fácil de arrumar, a fantasia de JK estava toda pronta, só estava
faltando a máscara que eu não consegui. Só que eu liguei para um amigo em São
Paulo e mesmo lá não estava achando. Mas achou um francês que morava no Rio de
janeiro e fazia todo tipo de máscara. Aí ele me ligou e falou que tinha achado.
E foi chegando o carnaval, eu ia ao correio para ver se a máscara tinha chegado
e ela não chegava. No domingo de manhã cedo não tinha a máscara para sair na
Banda. Desanimei, liguei para o Neném falando que não teria como sairmos, aí
falou para eu sair sem máscara. Quando estou passando perto da Baiuca uma
pessoa me chama e fala: Oh, chegou uma encomenda para você lá em casa. Fui na
casa dele, tinham enviado a máscara para outra casa em meu nome. Aí peguei e
não vieram só uma máscara, vieram dez. Achei engraçado, mas tudo deu certo”.
Em
vídeo, trechos de seu depoimento.