Oficina de Recriação do Modo de Fazer o Bolo de Arroz - Adolescentes do Projovem do Crass bairro Palha

No dia 12 de agosto de 2016, foi realizada atividade de Educação Patrimonial sobre o Modo de Fazer o Bolo de Arroz de Diamantina, na Vila Educacional de Meninas – VEM, entidade que realiza as ações de recriação do bem. A atividade teve como público adolescentes do programa Projovem Trabalhador, referenciados pelo Centro de Referência de Assistência Social – CRAS do bairro Palha. A atividade que também se classificou como ação de Recriação e Salvaguarda do Bem foi organizada pela funcionária da Diretoria de Patrimônio Cultural Kátia Cristina Ribeiro, realizada pela detentora do Modo de Fazer o Bolo de Arroz Ordália da Assunção Santos e contou com o apoio da psicóloga do CRAS da Palha Kênia Mara de Aguilar.

A funcionária Kátia fez a abertura da oficina e falou sobre os bens imateriais registrados em Diamantina, que falam sobre o saber de um povo, das suas celebrações e da sua cultura, que durante os anos foram sendo transmitidos entre as gerações, passando por transformações e revelam a cultura de um povo. Falou ainda sobre o Modo de Fazer o Bolo de Arroz, que possui uma receita peculiar e foi registrado pela Prefeitura Municipal de Diamantina como bem imaterial pelo Decreto nº 0421 de 02 de dezembro de 2014, de forma que atualmente as oficinas de recriação são realizadas pela Vila Educacional de Meninas na pessoa da Ordália.

A oficina funcionou como instrumento facilitador de aprendizagem, já que o foco principal era mostrar para os adolescentes a importância da preservação dessa memória e posicioná-los como pertencentes dessa herança cultural, pois o Bolo de Arroz apresenta relevante valor histórico e cultural para a cidade.

O Bolo de Arroz feito em Diamantina é um doce de receita peculiar, certamente relacionado aos produtos disponíveis para consumo na região desde o período colonial. Trata-se de alimento doce e gorduroso, servido em pequenos pedaços. O Bolo de Arroz é resultado não apenas da materialidade de seus ingredientes, mas de todo o conhecimento acumulado sobre a produção de “quitandas”, passada por gerações, construindo, nessa trajetória, identidades e padrões de sociabilidade característicos daqueles que o produzem e dos demais moradores de Diamantina.

A Ordália iniciou a oficina falando um pouco sobre o Bolo de Arroz e da importância de sua preservação como memória local. Depois de mostrar aos meninos todos os ingredientes, partiram para a etapa de confecção do bolo, então Ordália pediu que os alunos fossem a auxiliando na preparação. Cada um foi desempenhado uma função, sob a supervisão de Ordália, que estava à todo tempo atenta e mostrando o passo a passo, e assim, até finalizar o preparo.

Ao final da oficina a funcionária Kátia, a psicóloga do CRAS Kênia e os adolescentes do Projovem agradeceram a Ordália por sua gentileza e carinho ao recebê-los e todos disseram que a oficina foi super interessante. A mesma retribuiu o agradecimento presenteando todos os presentes com um lindo cartão produzido na VEM, com a receita do Bolo de arroz e enfatizou a importância em realizar as oficinas do Bolo de arroz para os diversos públicos, pois é pertencente do povo diamantinense.

O bolo de arroz produzido pelos meninos foram distribuídos no dia seguinte 13 de agosto, durante o Encerramento do Festival Gastronômico dos distritos de Diamantina, produzido pela Diretoria de Turismo Municipal, e contou ainda com apresentação das Pastorinhas da VEM.

A funcionária Kátia avaliou a oficina como um importante momento de levar ao público adolescente o tema do patrimônio e da importância de sua preservação e reconhecimento da cultura e tradições locais. A psicóloga do CRAS e sua coordenadora disseram ter ficado muito satisfeitos em participar e detectaram que todos os adolescentes referenciados pelo CRAS Palha desconheciam que o bolo de arroz faz parte da tradição diamantinense, e por isso sentiram-se felizes em vê-los inseridos nesse resgate a cultura de Diamantina.

Fotos: Zeléo