Durante os meses de agosto a novembro do ano de
2018 alunos das escolas municipais (sede) e alunas da Vila Educacional de
Meninas (VEM), participaram do “Projeto
de
Resgate à Cultura da Seresta de
Diamantina” desenvolvido pela equipe de professores do Programa Municipal “De Olho no Patrimônio”
em parceria com os seresteiros de
Diamantina, realizando ações de Educação Patrimonial visando possibilitar aos
estudantes o conhecimento e envolvimento com a história da seresta
diamantinense, o seu valor no contexto cultural local e a importância de sua
revitalização e preservação no qual foi elaborado atividades educativas,
lúdicas, reflexivas, dinâmicas e afetivas com o objetivo principal de fomentar
a cultura seresteira de nosso município. Participaram do projeto as seguintes escolas
municipais: Jalira Lucchesi de Miranda (Cidade Nova), Casa da Criança Maria
Antônia (Consolação), Nathália de Jesus Silva (Palha), Belita Tameirão (Centro)
e a Instituição Vila Educacional de Meninas (VEM), ao todo foram contempladas
140 crianças com a faixa etária entre 08 a 10 anos. Para a
realização das ações, foi elaborado um cronograma com 04 etapas. A primeira etapa foi encontro dos
professores de educação patrimonial com alunos em que foi
desenvolvida dinâmicas com o objetivo de preparar e envolver o docente a
receber o projeto de seresta, promover a interação entre os participantes,
conhecer o programa “De Olho no Patrimônio”, familiarizar com o estilo de músicas seresteiras, participar de dinâmicas
sobre o tema e dialogar a respeito de “Seresta
uma tradição viva de Diamantina”. A segunda etapa foi a “Musicalidade e bate papo com os
seresteiros”, os alunos encontraram com alguns seresteiros e tiveram uma
descontraída roda de conversa. Os seresteiros se apresentaram, falaram sobre
sua infância, responderam algumas perguntas, contaram o seu envolvimento com a
música, demonstraram a paixão pela seresta e a importância da continuidade dela
à cultura musical de Diamantina, cantaram alguns refrãos das serestas mais
tradicionais de Diamantina, entre elas o Peixe Vivo. Foi percebido os olhares
de admiração e surpresa dos alunos totalmente envolvidos com os seresteiros,
interessados pelos instrumentos, pois, todos queriam sentir, apalpar e tocar.
Esta etapa do projeto, foi encerrado com a certeza de que a educação
patrimonial sinalizou o caminho para que a seresta continue viva em nossa
história. A terceira etapa do projeto foi a ação - Visita Técnica ao Museu da Seresta - Escola Arte Miúda Solar de
Cultura Artística, foi um momento importante de aprendizado, contato e vivência
dos estudantes com musicalidade presente em Diamantina. Recebidos no museu pela
Maestrina Soraya Ferreira de Alcântara - proprietária do estabelecimento,
musicista e educadora - foram conduzidos a ação juntamente com os professores
de Educação Patrimonial de maneira descontraída e alegre sinalizou a
importância da arte e da música na vida das pessoas e principalmente para as
crianças, explicou de maneira lúdica a origem musical de Diamantina, exibiu
alguns instrumentos musicais indígenas de percussão, os estudantes tiveram a
oportunidade de manusear instrumentos e sob o comando da musicista cantaram e
reproduziram alguns refrãos de cantigas de roda e canções de seresta,
declamaram poesia acompanhados ao som do piano, tocado pela própria Soraia.
Conheceram a história da música Diamantina
em Serenata, a composição do poema de Padre Celso de Carvalho e a música de
Dona Lícia Pádua que se transformou em belíssima e tradicional canção de
seresta de Diamantina, e que hoje é intitulada como “Hino de Diamantina”. Ainda
nessa ação, os estudantes observaram os painéis fotográficos expostos nas
paredes, contando a história da seresta em Diamantina, de músicos, violeiros,
mestres que fabricavam violas, entre outros. A quarta etapa foi a ação Culminância do Projeto, tendo como
objetivo encerrar as atividades do ano (2018), e deixar as portas abertas para
a continuidade do mesmo no próximo ano (2019), foi desenvolvido com os alunos
uma roda de conversa com o intuito de relembrar os momentos vivenciados. Ao som
de algumas músicas de seresta, os professores itinerantes conversaram com os
alunos sobre cada encontro desenvolvido e eles sempre atentos e com as “falas
na ponta da língua” respondiam e indagavam a cada nova intervenção. Por fim,
pode-se dizer que a intenção desse projeto foi fazer com que os alunos experimentassem,
fossem conhecedores da seresta e que sejam futuros seresteiros. Assim sendo,
tentando levá-los a refletir sobre o tema, sobre quem são os seresteiros sobre
a importância da seresta para mantê-la viva na cultura de Diamantina.
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